Sistemas agroflorestais são formas de uso ou manejo da terra, nos quais se combinam espécies
arbóreas (frutíferas e/ou madeireiras) com cultivos agrícolas e/ou criação de
animais, de forma simultânea ou em sequência temporal e que promovem benefícios
econômicos e ecológicos. Os sistemas agroflorestais ou agroflorestas apresentam
como principais vantagens, frente a agricultura convencional, a fácil
recuperação da fertilidade dos solos, o fornecimento de adubos verdes, o
controle de ervas daninhas, entre outras coisas.
A integração da floresta com as culturas
agrícolas e com a pecuária oferece uma alternativa para enfrentar os problemas
crônicos de degradação ambiental generalizada e ainda reduz o risco de perda de
produção. Outro ponto vantajoso dos sistemas agroflorestais é que, na maioria
das vezes, as árvores podem servir como fonte de renda, uma vez que a madeira
e, por vezes, os frutos das mesmas podem ser explorados e vendidos. A
combinação desses fatores encaixa as agroflorestas no modelo de agricultura
sustentável.
Há quatro tipos de sistemas agroflorestais:
1. Sistemas agrossilviculturais -
combinam árvores com cultivos agrícolas anuais;
2. Sistemas agrossilvipastoris -
combinam árvores com cultivos agrícolas e animais;
3. Sistemas silvipastoris -
combinam árvores e pastagens (animais);
4. Sistemas de enriquecimento de capoeiras com
espécies de importância econômica.
O Sistema Agroflorestal é a grande solução
para o cultivo sustentável e a não uso de agrotóxicos que
causa vários problemas de saúde. Por que não temos um disciplina
de sistema agroflorestal no curso de Engenharia florestal ? Questione! né
atoa que o Brasil é um dos países que utiliza mais agrotóxicos e
também esta crescendo
na produção de alimentos transgênicos.
Será que na Universidade os futuros profissionais na área são
orientados à estudarem outros formas de produção?
Nos sistemas agroflorestais, associa-se a agricultura e a pecuária
com árvores, combinando produção e conservação dos recursos naturais. Além de
buscar atender às várias necessidades dos produtores rurais, como a obtenção de
alimento, extração de madeira, cultivo de plantas medicinais, os SAF’s diversifica
a produção proporcionando uma oferta mais estável de produtos ao longo do
ano. Os sistemas agroflorestais podem auxiliar na conservação dos
solos, das microbacias e áreas florestais.
A modelagem
de um sistema agroflorestal exige grande conhecimento interdisciplinar
de botânica, de
solos agrícolas, de microfauna e microflora de solos, de função ecofisiológica
dos organismos que constituem os vários extratos, de sucessão ecológica e de
fitossanidade. Evidentemente que tudo isso deve vir acompanhado de um prévio
conhecimento em agronomia e silvicultura, já que é nesses dois ramos que se
baseia a agrossilvicultura.
Da mesma
forma que um sistema agroflorestal pode trazer mais lucros que um sistema
agrícola convencional, ele também pode trazer mais custos, já que existem pelo
menos dois grupos principais de componentes que precisam ser profissionalmente
manejados e mantidos dentro de um sistema agroflorestal: o componente agrícola,
que engloba as plantas herbáceas ou arbustivas e o componente florestal, que
pode ser representado pelas árvores, palmeiras ou outras plantas lenhosas
perenes e de origem florestal.
Os sistemas
trazem uma série de vantagens econômicas e ambientais, tais como:
1.
Custos de implantação e manutenção reduzidos;
2.
Diversificação na produção aumentando a renda familiar, assim como a
melhoria na alimentação;
3.
Melhoria na estrutura e fertilidade do solo devido à presença de árvores que
atuam na ciclagem de nutrientes;
4.
Redução da erosão laminar e em sulcos;
5.
Aumento da diversidade de espécies;
6.
Recuperação de áreas degradadas.
O modelo agroflorestal visa compatibilizar o desenvolvimento econômico da
população rural com a conservação do meio ambiente.
A
produção agroflorestal é intrinsecamente conservacionista e gera um impacto
positivo a partir dos "serviços ambientais" prestados, de acordo com
as características funcionais do ecossistema.
O sistema agroflorestal com grande mistura de espécies (ocupando
extratos/camadas diferentes do ecossistema, tais como arbusto, árvores de
pequeno e grande porte), apesar de o conjunto de espécies se mostrar bem
alterado em relação à floresta original, funciona de forma bem parecida com a
floresta natural, em termos de ciclos de nutrientes, regulamentação do ciclo
hídrico, interação com a atmosfera etc.
O modelo
tradicional de cultivo intensivo muito simplificado, como no caso
das monoculturas, traz grandes custos ambientais e sociais. No
que se refere à questão ambiental, este modelo provoca perda da biodiversidade,
degradação de solos, escassez de água e energia e contaminação tóxica - que
pode afetar o meio ambiente, trabalhadores e consumidores.
No que se refere à questão social, a monocultura está associada à
grande migração rural-urbana e à perda do meio de fomento de milhões de
famílias. Sem considerar que a viabilidade econômica do modelo intensivo da
agricultura tem sérias limitações.
Finalmente, é importante ressaltar que o modelo agroflorestal não é uma solução
integral para a proteção da biodiversidade. Certamente, ele reduz os impactos
das queimadas e dos agrotóxicos e visa reduzir os impactos do desmatamento. Mas,
em escala regional, é necessário um sistema integrado de reservas florestais,
tanto públicas (Parques e Reservas Biológicas) como particulares (em
assentamentos e grandes fazendas).
Referências
Bibliográficas:
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